Apesar de insistir que votou a favor, o portal da Câmara o desmente. Medeiros acompanhou a votação dos deputados do Partido Novo, que votaram em bloco contrários à proposta de piso para os enfermeiros, conforme o VGNotícias publicou em primeira mão ainda no fim da noite de quarta-feira (04) – Clique e veja. Matéria de interesse nacional, o piso salarial da Enfermagem aprovado definiu o valor de R$ 4.750 como salário mínimo inicial para a categoria.
O projeto vinha há tempo sendo combatido pelo presidente Jair Bolsonaro e alguns aliados, mas o PL, partido do presidente e de Medeiros, terminou votando favorável. Medeiros, porém, se contradiz dizendo que votou conforme orientação do partido (pelo Sim). O deputado, na verdade, foi o único do PL a ser contra o projeto, associando-se ao Novo, que foi contrário ao projeto em bloco e ao ex-ministro da Saúde Ricardo Barros (PP/PR).
Medeiros ainda tentou negar a sua real votação atribuindo o voto “Não”, expresso na matéria do VGNotícias e em outros veículos de imprensa do País, a um problema de informática da Câmara. Mas tentar imputar o defeito ao sistema da Câmara também não colou. UM dirigente do PL, seu partido, consultado pelo # vgn confirmou seu voto ‘contra’
O VGN checou a informação, conversando nesta tarde (05.05) com um técnico da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, em Brasília, que explicou que as votações são seguras e que não há como haver troca de palavras ou posições, como ocorre em qualquer sistema da informática, que não aceita um só vírgula posta equivocadamente.
_“Se o parlamentar votar numa proposta, o voto é registrado. Não tem erro e isso só acontece se houver um defeito muito sério, mas muito sério mesmo em todo o sistema, o que não foi o caso”, disse o técnico, que não quis se identificar, ao VGN.
O deputado realmente votou no Sim, mas para encaminhar o projeto como “Urgência”, mas na votação em plenário o seu voto foi mesmo contrário. Ao enviar a justificativa pelo voto “Sim”, ele não atentou para o fato de que o seu ‘Sim’ foi apenas pela urgência da votação, até porque a sessão plenária que aprovou o piso salarial da categoria só aconteceu à noite, horas depois.
Useiro e veseiro
O deputado José Medeiro é contumaz em fazer e buscar desfazer tão logo perceba a gafe. No ano passado, ele votou contra o Fundão eleitoral, contrariando as recomendações do Planalto. Após ter tomado o pito presidencial, ele publicou nas redes sociais a mensagem em que explica: “acabei votando NÃO, totalmente convicto que o SIM estaria derrubando o veto, estava online e infelizmente houve desencontro com a assessoria”, justificou. Com o questionamento de jornalistas, à época, ele acabou apagando o post.
O deputado mato-grossense tem tido esse procedimento frequentemente, não é de hoje. “Ele faz, depois percebe que não deveria ter feito e culpa alguém para se justificar. Seria melhor que assumisse o voto”, diz um colega seu de bancada. Para outro deputado que conversou com ele, Medeiros já está marcado no Congresso por essas atitudes. “Isso cabe até à comissão de ética, sei lá, mas é um comportamento estranho”.